sábado, 17 de julho de 2010

Mato Grosso: juiz troca o latim por música de Kelly Key

Por mais que se modernize, a Justiça brasileira continua infestada de pessoas que gostam de se expressar em latim, mais conhecidas como “bocas de foro”. Luiz Carlos da Costa, 53 anos, juiz da Vara de Sucessão e Famílias de Cuiabá (MT), inovou.


Em vez de desperdiçar o latim, o magistrado emite sentenças na língua dos mortais. De acordo com o blog de Josias de Souza, o juiz Luiz Carlos trocou o latinório pelas gírias, letras de músicas, poemas e trechos da Bíblia. Em uma sentença em que condenou um plano de saúde a bancar um tratamento que recusara a um cliente, o juiz serviu-se de Kelly Key. Anotou que, diante da recusa da seguradora, a própria Carta Magna entoa a canção Baba, Baby: “Isso é pra você aprender a nunca mais me esnobar”.


Noutra decisão, o juiz negou a um sobrinho a pensão alimentícia que cobrava dos tios. No texto, preparou o espírito do parente esperto: a “notícia não será muito boa”. Mais adiante, escreveu: "Sobrinho não pode pedir alimento ao tio [...]. Só se pode pedir verba alimentícia para os manos e manas: tanto os tiozinhos quanto as tiazinhas estão de fora [...]”.


Num processo em que uma senhora pedia o reconhecimento de união estável de 18 anos com o companheiro morto, o juiz deu-lhe ganho de causa. Entre outras razões, alegou que a demandante era "pobre de marré, marré". Decisão rápida. Que Luiz Carlos explicou à sua maneira:


Luiz Carlos não é um juiz novato. Dedica-se à magistratura há 24 anos. Como qualquer julgador, ele está sujeito a erros. Porém, os erros e os acertos de Luiz Carlos são transmitidos num linguajar que permite à clientela saber se foi salva ou arruinada sem ter de decifrar uma língua que já não é ensinada na escola.


FONTE: Bahia Notícias