Deixo aqui uma nota de repúdio ao fardo que está sendo imposto aos barraqueiros (donos e funcionários) de Salvador. Não que eu ache que as barracas são perfeitas ou que a orla não precisa de reestruturação, longe disso, mas acredito que imputar penalidade ao lado mais fraco da cadeia de erros, é o mesmo que punir os usuários de drogas, deixando livres os traficantes.
São pais e mães de família que agora, por força de decisão judicial, estão sem seu ganha pão, desesperados por não existir nem mesmo uma luz no fim do túnel.
Nós, servidores, já enfrentamos algo parecido, guardadas as devidas proporções, quando nos tiraram a GEE e descontaram os dias de greve dos nossos salários. Penso nos momentos de angústia que vivi, ao pensar em como poderia honrar minhas dívidas e alimentar minha família; e agora vendo esta situação, me coloco no lugar desses seres humanos, que foram extirpados do seu ambiente laboral, e lançados à margem social, sem que lhes oferecessem qualquer compensação ou forma de manter, por algum tempo que fosse, seus compromissos financeiros.
Essa não é a justiça que esperamos, injusta e parcial, que deveria antes punir todos os prefeitos, vereadores e diretores dos órgãos fiscalizadores das administrações anteriores, estes sim, os maiores responsáveis pelo que se transformou a orla soteropolitana. Aí sim, poderiam chegar aos “miúdos”, e talvez, com o dinheiro das indenizações pagas pelos “graúdos”, os pequeninos teriam a proteção que merecem do estado, com uma requalificação organizada, sem que lhes fosse negado o sustento e dignidade que toda criatura de Deus merece!
Mas como reza o ditado: pense em um absurdo...
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