Bahia não comporta mais ditadores nem tolera igrejinhas, ensina Eliana Calmon
Passou
despercebida da grande imprensa baiana a longa e quase biográfica
entrevista que a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de
Justiça, conceceu à última edição da revista Piauí. Num determinado
trecho, ela solta para a repórter: “Quero retornar ao trabalho logo.
Quero entrar na Bahia, acabar com a igrejinha que formaram lá”. Foi logo
após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter os poderes
investigativos do Conselho Nacional de Justiça. Em seguida, na mesma
frase, Eliana comenta: – Sai um ditador e entra outro. Entraram para
acabar com o feudo de Antonio Carlos Magalhães e agora estão fazendo a
mesma coisa. A declaração levou rapidamente à suspeita, pela citação a
ACM, de que ela se referia ao governador Jaques Wagner, que assumiu o
comando do governo do Estado, depois de décadas de dominação carlista.
Mas no Judiciário, há quem garanta que Eliana aludia, na verdade, ao
esquema que se formou em enfrentamento ao carlismo naquele poder, mas
que, lamentavelmente, sucumbiu às mesmas práticas do ex-líder político
baiano. Em qualquer dos casos, as frases de Eliana merecem grande
reflexão. A Bahia atual nem a futura não comportam mais a figura de
ditadores, em qualquer instância – no Executivo, no Legislativo e no
Judiciário. Muito menos igrejinhas.
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